O Celular e o Impacto Emocional na Vida Moderna
O celular smartphone tornou-se onipresente na vida das pessoas, a ponto de influir no próprio emocional. Talvez seja a hora de nos perguntarmos o que representa essa condição.
Este artigo explora, então, como tal dependência tecnológica redefiniu a nossa existência.
Por Fábio César
O celular X o telefone
Não há como negar a importância que o aparelho conhecido como celular ou smartphone adquiriu na vida das pessoas. Muitos o têm como um verdadeiro companheiro cuja separação, mesmo temporária – à noite, por exemplo – chega a se constituir uma dificuldade.
O mais interessante, contudo, é comparar essa atitude contemporânea com a maneira como o seu antecessor, o telefone, era usado, em décadas passadas. Na época, as pessoas tinham em suas casas um telefone (o “fixo”) ao qual recorriam em certos momentos, seja para transmitir algum recado a outrem, seja simplesmente para conversar com parentes e amigos.
Desse modo, as pessoas o utilizavam como um simples meio de comunicação, durante um determinado período de tempo; inclusive, era muito fácil acontecer de, num relacionamento, um dos cônjuges esquecer de telefonar para avisar o outro onde estava.
Dessa forma, o telefone não podia ser considerado um elemento fundamental do modo de vida das pessoas – pelo menos não na mesma dimensão que o smartphone, agora. Era um dispositivo técnico eficiente, útil mesmo para se fecharem negócios (como faziam os antigos corretores das bolsas de valores) ou até para paquerar. Pedir o telefone de outra pessoa, dependendo das circunstâncias e do contexto social, já constituía uma declaração implícita de interesse amoroso.

Nos dias de hoje
Tudo isso muda profundamente com o surgimento do celular e, particularmente, de sua versão mais avançada – ou, dependendo do ângulo que se olhe, de seu sucessor, o smartphone (para os endinheirados, o Iphone).
As pessoas fizeram do aparelho uma extensão de suas vidas, depositando todos os seus dados e sua agenda na memória do smartphone. Tornamo-nos, assim, tão dependentes de um dispositivo tecnológico, a ponto de até mesmo em atividades religiosas o empregarmos! Simplesmente não se consegue existir sem ele! Representa, portanto, a um modo de ser, fazendo parte integral das nossas vivências.
Tal importância fez com que o smartphone adquirisse um valor imenso para ladrões, pois eles sabem que a agenda das pessoas, os dados da sua vida financeira e os seus contatos estão guardados ali. Não se falava, nos anos 80, de furtos de telefone, de agendas pessoais – pelo menos não na escala que se vê agora, em que existe uma verdadeira indústria de roubo desses aparelhos.
Isso traz a pergunta sobre por que as gerações atuais embutiram as suas vidas num gadget como o celular. Será que a tecnologia é uma muleta, afinal? Ou ela é a própria vida, tal como se apresenta hoje?
Com efeito, o que parece é que ela está mais para uma pequena divindade que tudo faz na vida das pessoas.
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Você acha saudável e correta essa atitude de “despejarmos” toda a nossa vida num aparelho?
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Fábio César é formado em filosofia pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Direção de Arte pela Faculdade Anhanguera.
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